quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ABRAÇAR ABRAÇANDO

Deixe o contato acontecer

O corre-corre da vida moderna produziu mudanças até na maneira de cumprimentar nossos entes queridos. Estamos falando mais e sentindo menos. Precisamos compartilhar verbalmente e esquecemos da riqueza do silêncio e do quanto pode ser dito e compreendido a partir daí.

Tenho como sugestão o resgate do abraço.
Abraço afetuoso, prazeroso, descompromissado com o fazer e altamente envolvido com o sentir, com o estar presente.

A idéia de abraçar abraçando é de que neste momento não existe nenhum outro lugar para se estar, senão aqui. Não existe mais nada a fazer, senão abraçar.

E nessa totalidade, somos testemunhas do Divino em nossa vida.
Experimente trazer para perto do peito as pessoas que você gosta, que você tem afinidade. Os corações se encontram e a gente sente um calorzinho gostoso, aconchegante. A respiração aprofunda e um suspiro pode aparecer, um som, um gemido. São os corpos relaxando.

É importante que o abraço seja suave. Não há necessidade de abandonar o peso do corpo em cima do outro. Permanecemos em nós mesmos e essa sensação de habitar o próprio corpo é muito rica. Observe-se e não tenha medo do prazer.

Não precisa sufocar o parceiro(a) num abraço do tipo “quebra-costelas”, como se quiséssemos segurar o momento para sempre. Tudo é impermanente e este estado também vai passar, portanto aproveite o agora. Deixe acontecer.

Permita que os corpos se encaixem, que as barrigas se toquem e perceba o movimento da respiração. Sinta o perfume que vem do outro, de sua pele, de seus cabelos, do ambiente que os cerca e perceba a alquimia resultante deste encontro.

Esteja inteiro e sinta quão regeneradora pode ser esta experiência.
Seja sensível para escolher a pessoa e o local para compartilhar este abraço; pois pode parecer estranho e invasivo para muita gente. Arrisque. Confie na intuição. Muitas vezes este abraço pode sanar muitas carências prevenindo desequilíbrios futuros. O contato corporal relaxa o ser, alimenta a auto-estima e abre as portas para o prazer sensorial e o amor.

Observe se você tem prazer ou se o contato lhe incomoda. Às vezes o cheiro do outro, a textura da pele, a energia emocional que ele vibra nos remete a experiências anteriores que podem ser agradáveis ou desagradáveis. Lembre-se de ficar no presente e observe estes espaços de desconforto que podem ser grandes reveladores e aliados para o nosso crescimento.

Gislaine Meera Teixeira
“Permita
que o amor
invada sua casa,
coração”
(Cidade Negra)

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