segunda-feira, 30 de agosto de 2010

INTRODUÇÃO A ANÁLISE DE MOVIMENTO LABAN - Enviado por Andréa Lucia Ortiz

Acredito que para os que já fazem parte do universo da dança esse material já seja conhecido, mas é muito precioso para quem está chegando agora. Obrigada Andrea!
– Rudolf Laban (1879-1958), nascido na Austria-Hungria. Trabalhou inicialmente como arquiteto, pintor, ilustrador, mas foi no campo da dança e do movimento que Laban deixou seu legado. Foi bailarino, coreógrafo, teórico, professor ou simplesmente, um “artista-pesquisador”, como ele se auto-intitulava.

– Laban concebe o movimento como um “processo constante de contínuas mudanças”.

– “Ele aponta que essas mudanças, embora contínuas e sempre em mutação, tendem a se organizar no ser humano em determinadas ordenações rítmicas, que formam padrões singulares. Os gestos mudam, as posturas mudam, mas cada indivíduo tende a organizar suas frases de movimento de acordo com ritmos que são mais ou menos recorrentes, mesmo em circunstâncias diferentes” (MIRANDA, 2008: 71-72).

– Laban percebe e estuda esses padrões de organização e começa a desenvolver uma espécie de partitura de movimento, semelhante a uma partitura musical – algo que indica um lugar de experiência, que te permite ter um acesso criativo ao movimento e possibilita múltiplas interpretações teórico/corporais. Laban então, decupou o movimento até seus elementos mais simples, como fonemas de uma gramática ou notas musicais, que podem se articular de maneiras diversas, chegando a sintaxes bastante complexas, como a própria linguagem e que, portanto, é portadora de sentido, de expressão. Para Laban o movimento é linguagem e como tal, portador de sentido.

- Em seu artigo “Space, Effort and The Brain”, Irmgard Bartenieff começa falando:
“Toda a vida de Rudolf Laban – seja como bailarino/ coreógrafo, professor/ teórico, ou filósofo/ humanista – foi um envolvimento intenso e constante com todas as facetas do movimento. Foi um processo interminável de definição das manifestações internas/ externas dos fenômenos de movimento em tons cada vez mais sutis e em inter-relações mais complexas. Assim, nós o vemos trabalhando com constelações de qualidades mais do que com fatos isolados ou aspectos únicos: a tentativa era sempre de chegar ao cerne do processo, comportamento e expressão do movimento”.

– Então, é uma ferramenta para se descrever o movimento? Sim e não. Laban é um homem do seu tempo e, portanto, influenciado pelo cientificismo de sua época – em que a ciência e o pensamento racional tinham a ilusão de poder oferecer uma descrição de seus objetos de estudo que revelasse a sua verdade, a sua essência. Essa visão modernista ainda sobrevive e, por este viés, sim, podemos ver o Sistema Laban como uma ferramenta para se descrever e analisar o movimento. Porém, com olhos contemporâneos, sabemos que uma descrição, por mais que se aproxime do objeto real, não consegue dar conta de sua totalidade, por isso o Sistema Laban nos auxilia a observar, analisar e até descrever o movimento, sem contudo, pretender ser um valor absoluto. É um sistema aberto a diferentes interpretações, reconstruções e experiências.

– Laban desenvolveu suas teorias na primeira metade do séc. XX, influenciado pelo racionalismo da época, que buscava uma linguagem objetiva, científica e portadora da verdade e pela psicanálise nascente que via na subjetividade a fonte da verdade. Para suas teorias espaciais, Laban buscou apoio na geometria euclidiana.

– O Corpo faz parte de uma relação estrutural que inclui ainda Esforço, Forma e Espaço, categorias que se inter-relacionam e informam-se mútua e continuamente.

– Essa inter-relação de categorias e conceitos é intrínseca e fundamental ao Sistema Laban e podemos representá-la e apreendê-la através da Banda de Moebius:

“Esta figura, descrita por Rudolf Laban como ‘Lemniscate’, é criada a partir da junção das duas extremidades invertidas de uma banda, cujas faces passam a ser simultaneamente externas e internas.(...) Os conceitos de Laban, muitas vezes interpretados como dualidades opostas, de fato dialogam nessa figura tridimensional que elimina a oposição e instala uma continuidade gradativa em constante transição, como é o movimento humano”. (FERNANDES, 2002: 28)

Assim temos: teoria e prática, função e expressão, interno e externo, mobilidade e estabilidade, Peso leve e forte, etc, como exemplos de dualidades que dialogam em gradação contínua.

“Laban escreveu: não apenas a arte do movimento, mas qualquer movimento sem uma filosofia é árido. Enquanto uma filosofia oferece um propósito amplo à prática do movimento, o conteúdo detalhado de cada frase de movimento pode apenas ser alcançado por uma consciência de sua sintaxe. (...) Laban então tratou da gramática do comportamento, as regras do gestual através dos quais as pessoas entendem-se socialmente. ‘Gesto e postura não mentem’, ele escreveu, enquanto que as palavras podem mentir e o fazem. Ele elaborou a gramática para a arte do movimento, baseada na harmonização de princípios, no equilíbrio de opostos. Recolher é naturalmente equilibrado por espalhar, forte pelo fraco, largo por estreito. Curvo por reto, ação por reação, luta por co-operação, desequilíbrio por equilíbrio, assimetria por simetria – todos equilibram uns aos outros. Essa propensão para o equilíbrio é inata ao corpo, mente e espírito, e é o que dá sentido ao movimento do corpo. Movimentos disparatados, sem-sentido não se ajustam a essa gramática. Sem a consciência desta gramática, exercícios não fazem sentido a quem se move e não integram mente, corpo e alma, ou uma pessoa com outra”. (Preston-Dunlop, 1998: p.103)

– O Sistema Laban é, desse modo, um sistema aberto, em constante renovação, como a própria escrita do Laban indica. Essa linguagem dinâmica exige um olhar que se sabe parcial, ela nos permite versões sobre o movimento, indica lugares de experimentação sem pretender querer alcançar a verdade do objeto que observa. Em sua metodologia procura-se observar e estar atento, curioso, às diversas manifestações de movimento, diversos tipos e estilos de dança, corpos diferentes, peculiaridades e diferenças, atividades diversas, enriquecendo dessa forma o nosso olhar sobre o outro e ampliando a percepção das relações corpo-espaço.

Categorias de Análise de Movimento Laban – Corpo-Esforço-Forma-Espaço (em inglês Body, Effort, Shape and Space – BESS)

Corpo: como este se organiza, suas conexões e isolamentos ou fragmentações, seus esquemas motores, seus gestos e posturas. .
 
Esforço: enfatiza as qualidades do movimento, o ritmo dinâmico, a motivação interna/externa que aparece na escolha do movimento. Nesta categoria experimenta-se e reflete-se sobre “como” o indivíduo se move em relação a 4 fatores básicos: fluxo, peso, tempo e espaço, isoladamente e em suas múltiplas combinações.

Forma: refere-se ao corpo em suas dimensões plásticas: suas mudanças de volume, o contínuo processo de aparecimento e desaparecimento de novas formas e como este se adapta às suas necessidades internas e externas.
 
Espaço: situa a pessoa no mundo relacional. Esta categoria inclui explorações da esfera pessoal de movimento (kinesfera”), explorações das tensões dimensionais, planares, diagonais ou transversas e das formas cristalinas representativas dessas articulações espaciais (cubo, octaedro, icosaedro, dodecaedro, por ex.).

– A separação em categorias é de natureza metodológica, possibilitando a observação, experimentação e análise. Elas estão sempre presentes no movimento, com diferentes graus de intensidades e em contínua relação.

- Temas labanianos: Interno/ Externo; Mobilidade/ Estabilidade; Função/ Expressão; Ação/ Recuperação; Complexidade/ Simplicidade – dualidades, polaridades de um continuum. A compreensão da dualidade dentro de uma unidade está enraizada em nossa experiência de nossa forma física em nosso ambiente – assim temos, por exemplo, a vertical (em cima e embaixo) alinhada à tensão gravitacional; a experiência de nossa bilateralidade simétrica (lado direito e lado esquerdo; frente e atrás); nossa respiração (para dentro, para fora); estar acordado ou dormindo. Dualidade – contextual, relativa (eu sou baixa ou magra em relação à quê? Ou quem?)
Extraído da apostila de Ana Bevilaqua - FAV - Metodologia da Dança

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

WORKSHOP DE EUTONIA NO RIO DE JANEIRO

Angel Vianna conheceu Gerda Alexander, criadora da Eutonia, com quem fez workshops na França, próximo a Paris e em Buenos Aires, na Argentina. Promovendo workshops de Eutonia no Rio de Janeiro, trabalhou significativamente para que esse trabalho chegasse ao Brasil. No centenário de Gerda, em 2008, Angel foi uma das convidadas para os eventos de comemoração em São Paulo, como participante numa mesa, encantando-nos com seus relatos dos contatos com Gerda. Disse ela: " Todo mundo tem, na sua frente, ao seu lado, as pessoas que tem que encontrar na vida" e ela seguiu contando seus encontros com Gerda. Eu me encontrei com Angel, através de quem soube que Eutonia existia. No momento, estou num esforço consciente de manter esse trabalho vivo e mais conhecido no Rio de Janeiro.

Envio folder de divulgação e agradeço que transmitam a quem valorize e necessite essa qualidade de trabalho.

Maria Thereza Feitosa.

Clique na imagem para ampliá-la
Datas: 01 e 02 de Setembro
Inscrições e Informações:
(021) 2239 4498 e (021) 9612 1967 (Thereza Feitosa)
clinica.seressencial@gmail.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MNEUMOTÉCNICA

A Laura lembrou do trabalho do Laban, onde ele associa os planos com alguns objetos/formas. Lembrei de você Ivy,talvez possa ajudar.
O plano sagital pode ser associado com a roda, que gira para frente, dividindo o corpo em duas metades (lado direito e esquerdo).
O plano frontal pode ser associado com a porta, dividindo o corpo em anterior e posterior.
O plano horizontal ou transverso pode ser associado com a mesa,dividindo o corpo em metade superior e inferior.

ABRAÇAR ABRAÇANDO

Deixe o contato acontecer

O corre-corre da vida moderna produziu mudanças até na maneira de cumprimentar nossos entes queridos. Estamos falando mais e sentindo menos. Precisamos compartilhar verbalmente e esquecemos da riqueza do silêncio e do quanto pode ser dito e compreendido a partir daí.

Tenho como sugestão o resgate do abraço.
Abraço afetuoso, prazeroso, descompromissado com o fazer e altamente envolvido com o sentir, com o estar presente.

A idéia de abraçar abraçando é de que neste momento não existe nenhum outro lugar para se estar, senão aqui. Não existe mais nada a fazer, senão abraçar.

E nessa totalidade, somos testemunhas do Divino em nossa vida.
Experimente trazer para perto do peito as pessoas que você gosta, que você tem afinidade. Os corações se encontram e a gente sente um calorzinho gostoso, aconchegante. A respiração aprofunda e um suspiro pode aparecer, um som, um gemido. São os corpos relaxando.

É importante que o abraço seja suave. Não há necessidade de abandonar o peso do corpo em cima do outro. Permanecemos em nós mesmos e essa sensação de habitar o próprio corpo é muito rica. Observe-se e não tenha medo do prazer.

Não precisa sufocar o parceiro(a) num abraço do tipo “quebra-costelas”, como se quiséssemos segurar o momento para sempre. Tudo é impermanente e este estado também vai passar, portanto aproveite o agora. Deixe acontecer.

Permita que os corpos se encaixem, que as barrigas se toquem e perceba o movimento da respiração. Sinta o perfume que vem do outro, de sua pele, de seus cabelos, do ambiente que os cerca e perceba a alquimia resultante deste encontro.

Esteja inteiro e sinta quão regeneradora pode ser esta experiência.
Seja sensível para escolher a pessoa e o local para compartilhar este abraço; pois pode parecer estranho e invasivo para muita gente. Arrisque. Confie na intuição. Muitas vezes este abraço pode sanar muitas carências prevenindo desequilíbrios futuros. O contato corporal relaxa o ser, alimenta a auto-estima e abre as portas para o prazer sensorial e o amor.

Observe se você tem prazer ou se o contato lhe incomoda. Às vezes o cheiro do outro, a textura da pele, a energia emocional que ele vibra nos remete a experiências anteriores que podem ser agradáveis ou desagradáveis. Lembre-se de ficar no presente e observe estes espaços de desconforto que podem ser grandes reveladores e aliados para o nosso crescimento.

Gislaine Meera Teixeira
“Permita
que o amor
invada sua casa,
coração”
(Cidade Negra)

MUITO PRAZER, SOU A PELVE!

Habitualmente, cinco vértebras sacras estão fundidas em um osso grande e compacto chamado sacro. Esse osso ainda tem um canal raquiano no seu interior (canal sacro), mas os corpos vertebrais e lâminas estão fundidos.
O sacro tem um formato com uma curva de concavidade anterior e contribui para a formação do limite posterior da cavidade pélvica. Existe uma angulação acentuada, que a coluna sofre na junção entre a última vértebra lombar e o sacro, chamada de promontório.
Nas faces pélvica e dorsal existem quatro pares de forames. Na extremidade inferior da face externa existe um orifício em forma de “v” invertido, chamado hiato sacro que corresponde ao fim do canal vertebral. Da mesma forma, quatro ou cinco vértebras coccígeas estão fundidas em um pequeno osso residual no homem, sem a formação de um canal central, chamado de cóccix.



Quando falamos do quadril sabemos se tratar de uma estrutura com anatomia e topografia complexas, direito e esquerdo, osso plano e irregular, constituido pela fusão de 3 ossos, sendo eles, o ílio (porção superior), ísquio (porção póstero - inferior) e púbis (ânteo - inferior).
Os dois ossos do quadril unem - se anteriormente pela sínfise púbica, cada um deles vai se articular posteriormente com a porção superior do sacro e lateralmente com o osso fêmur.

A posição anatômica dos ossos se torna então facilmente identificadas, a fossa do acetábulo onde se articula a cabeça do fêmur fica lateral e ligeiramente voltada para frente, enquanto que a sínfise púbica deverá estar anterior e medialmente, o túber isquiático posterior.

Lembrando que existe uma diferença entre osso do quadril e pelve, quando falamos em pelve estaremos nos referindo a estrutura completa de ossos do quadril se articulando entre si anteriormente e posteriormente se articulando com as vértebras sacrococcígeas. A palavra pelve vem derivada do latin, pelvis, que significa bacia.

Vídeo mostrando o Ilíaco com bastante clareza.


http://www.youtube.com/watch?v=HwkbuhipZZ0&NR=1
Esse video está em inglês, mas acho que vale a pena mesmo para quem não entende a língua, pela qualidade das imagens da pelve.
Por alguma razão, o endereço para o link não aparece,mas ele está aí. É só passar o curso acima do parágrafo que a mãozinha aparecerá. Gostei muito dessa apresentação.  

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O POETA DAS SENSAÇÕES

Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...


Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos”, que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza.

Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos. Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo. Recusa o pensamento metafísico, afirmando que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se apenas para a visão total perante o mundo, elimina a dor de pensar que afecta Pessoa.

Caeiro é o poeta da Natureza que está de acordo com ela e a vê na sua constante renovação. E porque só existe a realidade, o tempo é a ausência de tempo, sem passado, presente ou futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo.


“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...”

Texto extraído: http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/caeiro.htm

Obra completa pode ser encontrada no site www.revista.agulha.nom.br/alberrr.html

domingo, 22 de agosto de 2010

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE O ENCÉFALO - Enviado pela Vanessa

1- Divisão anatômica do sistema nervoso central (SNC):
O sistema nervoso central (SNC) se localiza (em sua maior parte) dentro do esqueleto axial, dentro da cavidade craniana é o encéfalo. A sua continuação é a medula espinhal, localizada dentro do canal vertebral na coluna vertebral.

Então o SNC é composto pelas seguintes partes:
Seis partes que compõe o Encéfalo:
-Telencéfalo
-Diencéfalo
Essas duas partes juntas “telencéfalo e diencéfalo” formam o que chamamos de cérebro.
- Mesencéfalo
-Ponte
- Bulbo
Essas três partes formam o Tronco Encefálico.
-Cerebelo
E a:
-Medula Espinhal
Que é parte do SNC, continuidade do encéfalo dentro do canal vertebral na coluna.

2- Divisão anatômica do sistema nervoso periférico (SNP):
O SNP localiza-se fora do esqueleto axial, porém os nervos e raízes nervosas para fazerem conexão com o SNC penetram no crânio e no canal vertebral. Alguns gânglios localizam-se dentro do esqueleto axial.

O SNP é composto por:
Nervos: São cordões esbranquiçados que unem o SNC aos órgãos periféricos. Se a união se faz com o encéfalo os nervos são cranianos. São 12 pares de nervos cranianos que estão presos ao encéfalo, esses nervos podem ser sensitivos (aferentes), motores (eferentes) ou mistos (contêm ambas as fibras). Se a união se dá com a medula espinhal, os nervos são espinhais. São 31 pares de nervos espinhais.Todos os nervos espinhais apresentam fibras motoras e fibras sensitivas. A função do nervo é conduzir informações aferentes ou sensitivas e eferentes ou motoras, respectivamente.

Gânglios: São dilatações constituídas principalmente de corpos de neurônios que mantêm relações com nervos e raízes nervosas. São estruturas relacionadas a sensibilidade e movimento.

Terminações Nervosas: Estruturas localizadas nas extremidades dos nervos em contato com os órgãos. Funcionalmente são de dois tipos:

1- Motoras ou Eferentes: Quando a fibra nervosa termina nos músculos.
2- Sensitiva ou Aferentes: Quando a terminação nervosa está relacionada a um órgão periférico. As terminações sensitivas apresentam receptores que produzem impulso nervoso quando estimulados. Podem ser de cinco tipos:

1- Quimioreceptores
2- Fotoreceptores
3- Termoreceptores
4- Mecanoreceptores
5- Nocireceptores

3- Medula Espinhal:

A Medula espinhal é a parte mais simples do SNC, é a continuação do encéfalo que se afina dentro do canal vertebral, no esqueleto axial, sendo protegida pelos ossos (vértebras) da coluna. A coluna vertebral mede em torno de 75 cm, a medula espinhal mede em torno de 45cm, terminando geralmente em L2, o que resta a partir daí é a conhecida “cauda eqüina”. Esta parte do SNC se conecta ao SNP, abrange pescoço, tronco e membros superiores e inferiores. Encaminha informações ao encéfalo pelas vias dorsais sensitivas e recebe do encéfalo informações pelas vias ventrais motoras.

4- Quantos pares de nervos a medula espinhal apresenta? Onde estão presos? Qual o nome das suas raízes e por quais fibras são formados?

A medula espinhal apresenta 31 pares de nervos espinhais. Sendo: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e geralmente 1 coccígeo.

Estão presos nas laterais da medula espinhal.
A raiz ventral é formada por fibras motora (eferentes).
A raiz dorsal é formada por fibras sensitivas (aferentes).

Os nervos espinhais possuem tanto fibras motoras, como fibras sensitivas.

5- Quando cortamos a medula espinhal o que observamos?

Observamos que a medula espinhal é formada internamente pela substância cinzenta (maior concentração de neurônios) e pela substância branca (maior concentração de axônios).

A substância cinzenta é interna, fica no centro da medula, conhecida como “H medular” e é composta por três colunas: coluna anterior, coluna lateral e coluna posterior. Nestas colunas estão inseridos diferentes tipos de neurônios medulares.

A substância branca é periférica. É subdividida em funículos: funículo anterior, funículo lateral, funículo posterior. Nestes funículos estão as “vias medulares”, que são os prolongamentos dos neurônios: as fibras nervosas, os cordões de axônios. Vias medulares conduzem fluxos de impulso nervoso.

6- Defina os cinco tipos de neurônios medulares que se localizam na substância cinzenta da medula espinhal:

Coluna anterior:
1- Neurônio Motor Inferior: É responsável pelos movimentos dos músculos voluntários.

Coluna lateral
2- Neurônio Motor Visceral: É responsável pelos movimentos dos músculos viscerais involuntários.

Coluna Posterior
3- Neurônio Golgi II: É responsável pelos movimentos reflexos.
4- Neurônio de Associação: É responsável pelos movimentos reflexos
5- Neurônio de projeção: É responsável pelo encaminhar de informações ao cérebro.

7- Fale sobre as seis principais vias medulares que se localizam na substância branca da medula espinhal:

As vias medulares conduzem fluxo de impulso nervoso, estão nos funículos da substância branca, são:
Funículo Anterior:
Tracto Espino Talâmico Anterior (TETA): Via sensitiva
Tracto Córtico Espinal Anterior (TCEA): Via motora

Funículo lateral:
Tracto Espino Talâmico Lateral (TETL): Via sensitiva
Tracto Córtino Espinal Lateral (TCEL): Via Motora

Funículo Posterior:
Fascículo Grácil: Via sensitiva
Fascículo Cuneiforme: Via sensitiva

8- Tronco encefálico:
O tronco encefálico é parte do SNC composto por: mesencéfalo, ponte e bulbo.
É delimitado inferiormente pela medula espinhal, superiormente pelo diencéfalo e posteriormente pelo cerebelo.

9- O Bulbo:
O bulbo é parte do SNC que compõe o Tronco encefálico. É delimitado inferiormente pela medula espinhal e superiormente pela ponte. Contêm o quarto ventrículo. Entre outras faz parte da sua função o controle cárdio-respiratório.

10- Quanto pares e quais os nomes dos nervos cranianos do bulbo?
O bulbo possui quatro pares de nervos cranianos. São eles:

IX- Glossofaríngeo – nervo misto: Percepção gustativa no terço posterior da língua. Percepções sensoriais da faringe, laringe e palato.

X - Vago – Nervo misto: Percepções sensoriais da orelha, faringe,laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras toráxicas e abdominais.

XI- Acessório – Nervo motor: Controle motor da faringe, laringe, palato. Dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio.

XII - Hipoglosso – Nervo motor: Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.

11- Fibras que atravessam o bulbo:
O bulbo é atravessado por fibras motoras e sensitivas. As fibras motoras descem do cérebro (são descendentes) em direção a medula espinhal pela parte anterior (ventral) do bulbo denominada “pirâmide”. Portanto as fibras motoras são descendentes e eferentes, pois conduzem a informação do encéfalo para a medula espinhal. As fibras sensitivas são aferentes, sobem (ascendentes) pela parte posterior do bulbo, levando informações para o cérebro.

12- A formação reticular do bulbo e seus três centros:
O bulbo possui um grupo de neurônios que se organizam em forma de rede, por isso “formação reticular do bulbo”. Nesta formação há três centros que comandam:

1- Centro vaso-motor: Responsável pelo controle da pressão arterial.
2- Centro respiratório: Controla a inspiração.
3- Centro do vômito: Responsável pelo reflexo de vomitar.

13- Ponte:
A ponte é parte do SNC que forma a parte média do tronco encefálico. É delimitada inferiormente pelo bulbo, superiormente pelo mesencéfalo e posteriormente pelo cerebelo. Entre as suas funções está o controle dos movimentos da cabeça.

14- Quais são os quatro pares de nervos cranianos da ponte:

V - Trigêmeo – Nervo misto: Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor). Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes (ramo sensorial).

VI - Abducente – Nervo motor: Controle da movimentação do globo ocular.

VII - Facial – Nervo misto: Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor). Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).

VIII - Vestibulococlear – Nervo sensitivo: Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular). Percepção auditiva (ramo coclear).

17 – A ponte interiormente:
Interiormente a ponte é atravessada por fibras motoras e sensitivas. As fibras motoras são descendentes do cérebro em direção a medula espinhal pela parte anterior da ponte, denominada “base da ponte”. As fibras sensitivas são ascendentes, sobem pela parte posterior da ponte denominada “tegmento da ponte”.

18- Mesencéfalo:
O mesencéfalo é parte do encéfalo que compõe o tronco encefálico. É delimitado inferiormente pela ponte e superiormente pelo diencéfalo. Entre suas funções está o controle dos olhos.

20- Quais os nomes e funções dos dois pares de nervos cranianos apresentados no mesencéfalo?

III - Óculo motor – motor: Controle do movimento do globo ocular, da pupila e do cristalino.

II- Troclear – motor: Controle do movimento do globo ocular.

21- O mesencéfalo internamente:
Internamente o mesencéfalo é atravessado por fibras motoras e sensitivas. As fibras motoras são descendentes e atravessam a parte anterior do mesencéfalo denominada “ base do pedúnculo cerebral”. As fibras sensitivas são ascendentes e atravessam a parte posterior do mesencéfalo denominada “tegmento”. No mesencéfalo há uma região que contêm a substância negra, que é responsável por fornecer dopamina ao cérebro.

22- Diencéfalo:

O diencéfalo é a parte do encéfalo que juntamente ao telencéfalo forma o cérebro. É limitado inferiormente pelo mesencéfalo e superiormente pelo telencéfalo, estrutura na qual está quase completamente envolvido dentro. Contém o terceiro ventrículo. Entre outras funções é responsável pelos instintos primários de sobrevivência, como: fome, sede e sexo.

23- O que o diencéfalo apresenta:
Um par de nervos cranianos:

- II - Nervo óptico – sensitivo: Percepção visual.

-Um ventrículo

-Quatro partes: Hipotálamo, tálamo, subtálamo e epitálamo.

24- Quais as funções das respectivas partes do diencéfalo?

Hipotálamo: - Regula o comportamento emocional

- Controla o SNA
- Regula a ingestão de alimento e água
- Regula a temperatura
- Comanda o sistema endócrino

Tálamo: - Regula o comportamento emocional

- Controla o SNA
- Participa dos movimentos e da sensibilidade do corpo
- Participa da visão e da audição
- Participa do sono e da vigília

Subtálamo: - Participa das funções motoras por meio do seu núcleo subtalâmico.

Epitálamo: - Sua parte mais importante é a glândula pineal que produz melatonina (o hormônio do sono). É ativada no escuro e inibida no claro.

25- Fale sobre o telencéfalo:

O telencéfalo é a parte mais desenvolvida do sistema nervoso, forma o cérebro, juntamente ao diencéfalo. E entre outras é responsável pelas funções psíquicas superiores como o pensamento, memória e o raciocínio.

A anatomia externa do telencéfalo:

É formado por dois hemisférios unidos por uma estrutura chamada corpo caloso. Possui córtex cerebral formado por substância cinzenta, centro medular formado por substância branca onde estão as fibras de projeção e associação e núcleos de base, que são ilhas de substância cinzenta mergulhadas na substância branca. Seus nomes e funções são:

Núcleos de base:

Corpo estriado:Tem função motora

Basal de Meynert: Fornece acetil-colina para o cérebro

Amídala: Sua função é ligada ao medo

Claustrum: Função desconhecida

O telencéfalo possui dois ventrículos um em cada lado.

Possui um par de nervos cranianos:

I - Olfatório – Sensitivo: Percepção do olfato.

Possui dobras para servir melhor dentro da caixa craniana (design econômico), assim aumenta a superfície de contato. Essas dobras possuem elevações chamadas giros e depressões chamadas sulcos. Os sulcos possibilitam a boa limitação dos lobos.

- Lobo Frontal: É responsável pela função motora e psíquica para a personalidade.

- Lobo Parietal: Sua função é sensitiva para temperatura, tato e dor. E psíquica para a percepção do corpo e do espaço.

- Lobo temporal: Sua função é psíquica e sensitiva para audição.

- Lobo occipital: Sua função é psíquica e sensitiva para a visão.

- Lobo Ínsula: Está relacionado aos processos motivacionais primários como fome, sede e sexo.



26- Cerebelo:
O cerebelo é a parte do SNC com função exclusivamente motora. Não possui nervos. Não possui ventrículos. Localiza-se abaixo do lobo occipital e posteriormente ao tronco encefálico.

Suas quatro funções são:

1- Manutenção do equilíbrio estático
2- Coordenação motor dos membros inferiores e superiores.
3- Aprendizagem motora.
4- Controle do tônus

A anatomia externa do cerebelo:

- Possui dois hemisférios cerebelares, unidos por uma estrutura denominada verme.

A anatomia interna do cerebelo:

Córtex cerebelar: O cerebelo é revestido de substância cinzenta periférica.

Corpo medular do cerebelo: É a parte interna do cerebelo.

Núcleos de substância cinzenta se encontram mergulhados na substância branca.

Anatomicamente o cerebelo é dividido em dois hemisférios e verme.

Funcionalmente o cerebelo é dividido da seguinte forma:

Cerebelo-vestibular: mantêm conexão com a parte vestibular da orelha, por meio do lobo nódulo flóculo, sendo responsável pelo equilíbrio estático.

Cerebelo-espinhal: mantêm conexão com a medula-espinhal, por meio do verme, sendo responsável pela coordenação motora dos membros inferiores.

Cerbelo-cortical: Mantêm conexão com o córtex cerebral, por meio do córtex cerebelar, sendo responsável pelos movimentos dos membros superiores.